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07 abril 2010

Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine

CARTA APOSTÓLICA
MANE NOBISCUM DOMINE
DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II
AO EPISCOPADO, CLERO E FIÉIS
PARA O ANO DA EUCARISTIA

OUTUBRO 2004–OUTUBRO 2005

Caravaggio, A ceia de Emaús, 1660

INTRODUÇÃO

1. «Fica connosco, Senhor, pois a noite vai caindo» (cf. Lc 24,29). Foi este o instante convite que os dois discípulos, directos a Emaús na tarde do próprio dia da ressurreição, dirigiram ao Viajante que se lhes tinha juntado no caminho. Carregados de tristes pensamentos, não imaginavam que aquele desconhecido fosse precisamente o seu Mestre, já ressuscitado. Mas sentiam «arder» o seu íntimo (cf. Lc 24,32), quando Ele lhes falava, «explicando» as Escrituras. A luz da Palavra ia dissipando a dureza do seu coração e «abria-lhes os olhos» (cf. Lc 24, 31). Por entre as sombras do dia que findava e a obscuridade que pairava na alma, aquele Viajante era um raio de luz que fazia despertar a esperança e abria os seus ânimos ao desejo da luz plena. «Fica conosco» — suplicaram. E Ele aceitou. Pouco depois o rosto de Jesus teria desaparecido, mas o Mestre «permaneceria» sob o véu do «pão partido», à vista do qual se abriram os olhos deles.

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