19 de agosto de 2009

O pecado, a resposta negativa do homem

O Papa João Paulo II, falando com os jovens em Santiago de Compostela, Espanha, em 1989 lhes dizia: “Estou seguro de que a vocês, como a quase todos os jovens do hoje, a contaminação do ar e do mar os preocupam. Indigina-lhes o mau uso dos recursos da Terra e a crescente destruição do meio ambiente. E têm razão. Deve-se atuar, de forma coordenada e responsável, para mudar esta situação antes que nosso planeta sofra danos irreversíveis. Mas, queridos jovens, existe também uma contaminação das idéias e dos costumes que podem conduzir à destruição do homem. Esta contaminação é o pecado”.


Efetivamente, como nos disse o Papa, devemos estar atentos à contaminação moral do ambiente, causada pelo pecado, cujos efeitos podemos ver claramente:

- Millhares de crianças abandonados nas ruas.
- Violência sistemática, tormentos ao corpo e a alma.
- Milhares de jovens viciados nas drogas, na pornografia e no álcool.
- Milhares de famílias destruídas pela infidelidade, o adultério e a falta de respeito.

Todas estas situações têm uma causa comum: o pecado.

Qual é a causa do pecado?
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Deus nos criou a sua imagem e semelhança e nos deu uma missão específica: assegurar nossa felicidade terrena e eterna através do cumprimento das leis que Ele mesmo nos deu e com o guia de nossa reta consciência.

Mas, desde o momento em que Deus criou um ser livre, faz-se possível o pecado. Para que isto não sucedesse, Deus teria que privar o homem de sua liberdade e reduzi-lo a um estado semelhante ao animal, em que seria incapaz de amar.

Deus não pode ser responsável do mau uso que fazemos daquilo que nos deu. O pecado é, portanto, uma iniciativa do homem, é negar na colaboração com o plano de Deus em uma determinada circunstância.

O pecado é, portanto, a maior tragédia que pode acontecer ao homem: em poucos momentos negou a Deus e negou também a si mesmo por causa de um capricho passageiro. É uma desobediência voluntária à Lei divina. É uma alteração da ordem.

Ao falar do pecado, deve-se assinalar dois elementos:

1- Afastamento ou aversão a Deus: é seu elemento formal, e propriamente falando, não se dá senão no pecado mortal, que é o único que se realiza em toda sua integridade a noção de pecado.

2- O pecado e a amizade com Deus são como a água e o azeite: incompatíveis. Ambos não podem estar no mesmo coração. Por isso, todo pecado significa o afastamento ou aversão a Deus, ainda quando aquele que o comete não odeie a Deus e nem sequer pretenda ofendê-lo.

Além de ofender a Deus, o pecado degrada ao próprio homem, pois muda sua dignidade de “dono da criação”, pelo de “escravo das criaturas”. O pecado faz perder de vista o fim infinito a que está chamado e faz por a vontade e a inteligência em coisas caducas e terrenas.

Mas, por quê ainda pecamos quando conhecemos a Verdade?

Existem três fatores que nos fazem muito vulneráveis ao pecado:

1. O principal é o demônio, que nos apresenta realidades desfiguradas como se fossem algo desejável e bom, ainda que sejam realmente más. Provoca o homem tentando-o. É um ser inteligente e, por isso, engana o homem para que aproxime do mal e não do bem.

2. Outro fator que nos faz pecar é o mundo: a falta de educação, a ociosidade, os maus exemplos, os problemas familiares, as modas, os esteriótipos sociais, etc. E também seus atrativos: o poder, as riquezas, a situação social, que são bons em sua essência, mas se tomados como fim e não como meio, nos levam facilmente ao pecado.

3. Por último, está “a carne”: instintos humanos que não estão submetidos à inteligência, os vícios ou maus hábitos e o simples egoísmo que nos faz buscar somente nossa própria satisfação.

A Tentação

A tentação, é somente uma inclinação e que não deve ser confundida com o pecado, pois neste último se dá o passo . Não é a mesma coisa sentir e consetir.

Sentir é uma reação dos sentimentos diante de algo que provoca atração ou rejeição. Consentir é um ato da vontade, é uma decisão.

A tentação é uma sugestão interior, que por causas internas ou externas, incita o homem a pecar. Atuam enganando o entendimento com falsas ilusões, debilitando a vontade, fazendo-a fraca a ponto de cair na comodidade, na negligência, etc, instigando os sentidos, principalmente a imaginação, com pensamentos de sensualidade, de soberba, de ódio, etc. Por isso, deve-se fugir de toda ocasião de pecado, ou seja, das situações que favorecem a aceitação do mesmo.

Pecados mortais e veniais

Os pecados mortais, que rompem a amizade com Deus e nos convertem direta e imediantemente em merecedores do inferno são aqueles que cumprem com três condições:

1. Pecado grave. Isto se dá quando vamos diretamente contra a lei de Deus, quando rompemos com a ordem estabelecida por Ele.

2. Pleno conhecimento. Sabemos que o pecado é grave, sabemos que é uma rebeldia contra Deus e ainda assim escolhemos pecar.

3. Pleno consentimento. Usamos nossa liberdade e nossa vontade para pecar. Queremos pecar conscientemente e não porque alguém nos obriga.

Quando falta alguma das condições anteriores, então se trata de um pecado venial. Não nos faz merecedores do infernos, mas debilita a amizade com Deus e nos faz mais fracos para lutar contra as tentações do demônio, do mundo e da carne. É muito fácil aproximar-se do pecado mortal quando um homem se habitua ao pecado venial.

Fonte: Caderno de Crisma, Paróquia Nossa Senhora das Graças

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