10 de março de 2010

Maternidade Espiritual para Sacerdotes - Parte 8

 Berthe Petit (1870-1943)
Berthe Petit é uma grande mística belga, uma alma de expiação pouco conhecida. Jesus indicou-lhe com clareza o sacerdote pelo qual devia renunciar a seus projetos pessoais e também fez com que o encontrasse.

O ‘preço’ para um sacerdote santo

Desde quando era uma moça de quinze anos, Berthe durante cada S. Missa rezava pelo celebrante: “Meu Jesus, faze com que o teu sacerdote não te cause desgostos!”. Quando tinha dezessete anos, seus pais perderam todo o patrimônio por causa de uma fidejussória; dia 8 de dezembro de 1988, seu diretor espiritual
lhe disse que sua vocação não era o mosteiro, mas ficar em casa e cuidar dos pais. Com pesar a moça aceitou o sacrifício; pediu, porém, a Nossa Senhora que intercedesse para que, no lugar de sua vocação religiosa, Jesus chamasse um sacerdote zeloso e santo. “Você será atendida!” lhe garantiu o padre espiritual.
O que ela não podia prever aconteceu 16 dias mais tarde: um jovem advogado de 22 anos, o dr. Louis Decorsant, estava rezando frente a uma estátua de Nossa Senhora das Dores. De repente e inesperadamente, ele teve a certeza de que sua vocação não era casar com a moça que amava e exercer a profissão de tabelião. Compreendeu com clareza que Deus o chamava ao sacerdócio. Essa chamada foi tão
clara e insistente que ele não hesitou nem um instante em abandonar tudo. Após os estudos em Roma, onde havia terminado seu doutorado, foi ordenado sacerdote em 1893. Berthe tinha então 22 anos.
Nesse mesmo ano o jovem sacerdote, com 27 anos, celebrou a S. Missa da meia noite num subúrbio de Paris. Esse fato é importante porque na mesma hora Berthe, assistindo à S. Messa da meia noite em outra paróquia, prometia solenemente ao Senhor: “Jesus, quero ser um holocausto para os sacerdotes, para todos os sacerdotes, mas de modo especial para o sacerdote da minha vida”.

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Quando foi exposto o Santíssimo, a jovem viu de repente uma grande cruz com Jesus e aos seus pés Maria e João. Ela ouviu as seguintes palavras: “O teu sacrifício foi aceito, a tua súplica atendida. Eis o teu sacerdote... Um dia o conhecerás”. Berthe viu que os traços do rosto de João assumiram os de um sacerdote a ela desconhecido. Tratava-se do reverendo Decorsant, mas ela o encontraria somente em 1908, ou seja 15 anos depois, reconhecendo seu rosto.

O encontro desejado por Deus
Berthe encontrava-se em Lourdes em peregrinação. Aqui Nossa Senhora lhe confirmou:Verás o sacerdote que pediste a Deus vinte anos atrás. Está prestes a acontecer”. Ela estava com uma amiga na estação de Austerliz em Paris, num trem que ia a Lourdes, quando um sacerdote entrou no vagão onde elas estavam para segurar o lugar para uma doente. Era o reverendo Decorsant. Seus traços eram os que Berthe havia visto no rosto de S. João quinze anos antes, era portanto aquele para o qual havia oferecido tantas preces e tanto sofrimento físico. Após ter trocado algumas palavras gentis, o sacerdote desceu do trem. Exatamente um mês mais tarde, o mesmo reverendo Decorsant fez uma peregrinação a Lourdes para confiar à Nossa Senhora seu futuro de sacerdote. Carregando suas bagagens encontrou novamente Berthe e sua amiga. Reconhecendo as duas mulheres, as convidou para a S. Missa. Enquanto Padre Decorsant elevava a hóstia, Jesus disse a Berthe no seu íntimo: “Este é o sacerdote para o qual aceitei teu sacrifício”. Após a liturgia, ela soube que “o sacerdote de sua vida”, como o teria chamado sucessivamente, estava hospedado na sua mesma pensão.

Uma tarefa em comum

Berthe revelou ao Padre Decorsant sua vida espiritual e sua missão para a consagração ao Coração Imaculado e Doloroso de Maria. Ele, de sua parte, compreendeu que essa alma preciosa havia-lhe sido confiada por Deus. Aceitou ser transferido para Bélgica e tornou-se para Berthe Petit um santo diretor espiritual e um apoio incansável para a realização de sua missão. Sendo um excelente teólogo foi um mediador ideal com a hierarquia eclesiástica em Roma. Durante 24 anos, ou seja até sua morte, acompanhou
Berthe que, como alma de expiação, muitas vezes estava doente e sofria de modo especial pelos sacerdotes que abandonavam a vocação.

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