AVISO: Se acaso você fez algum tipo de compromisso com um possível suposto futuro estado totalitário brasileiro (tipo, planos para 2017...), NÃO LEIA esta postagem sob risco de perder sua "fé" tão laboriosamente construída. Está avisado.
PT: Partido ou
Religião?
Pe. Luiz
Carlos Lodi da Cruz
Quando um cidadão
encontra o Partido dos Trabalhadores, encontra um tesouro. Vale a pena
vender tudo para comprar o campo onde o tesouro está enterrado. O PT não
é o melhor dos partidos políticos. É o único partido verdadeiro. Os
outros são simulacros de partido.
A alegria de ter encontrado a verdade, faz com que
o cidadão, para filiar-se ao PT, renuncie a tudo. Uma vez filiado, ele
não terá mais direito de escolher seus candidatos. Seu dever será “votar
nos candidatos indicados” pelo Partido. (Estatuto do Partido dos
Trabalhadores, aprovado em 05/10/2007, art. 14, inciso VI). Se for
candidato a um mandato parlamentar, deverá reconhecer expressamente que o
mandato não é seu, mas que “pertence ao partido” (art. 69, inciso I). A
obediência ao Partido é sagrada. Está acima de tudo: de suas opiniões
pessoais, de suas convicções, das reivindicações dos eleitores. Só em
casos extremamente excepcionais, o parlamentar poderá ser dispensado de
cumprir as ordens do alto, para seguir sua consciência ou o clamor dos
que nele votaram (art. 67 § 2º).
Com alegria o filiado pagará anualmente uma
contribuição proporcional ao seu rendimento (art. 170). Se ocupar um
cargo executivo ou legislativo, a contribuição não será anual, mas
mensal, obedecendo a uma tabela progressiva (art. 171 e 173). Mas a
alegria de ser filho do verdadeiro Partido faz com que todas essas
imposições pareçam leves.
[Continue Lendo]
Dentro do Partido, zela-se não só pela unidade
(“que todos
sejam um”), mas pela uniformidade. Frações, públicas ou internas ao
Partido, são expressamente proibidas (art. 233 §4º). No entanto, os
filiados podem organizar-se em “tendências” (art. 233). Estas, porém,
estão submissas às decisões partidárias e ao encaminhamento prático do
Partido (art. 238). Nenhum filiado poderia, por exemplo, organizar uma
tendência para combater o “casamento” de homossexuais ou a legalização
do aborto, que são bandeiras do Partido. As tendências não podem ter
sedes próprias (art. 235 “caput”), não podem reunir-se com não-filiados
(art. 235 §3º) e não podem difundir suas posições fora do Partido (art.
236 §1º). Mesmo que uma tendência deseje publicar documentos seus
contendo posições oficiais do Partido, está proibida de fazê-lo (art.
236 §2º). O petista submete-se a todo este mecanismo de controle, ciente
de que o Partido sabe o que faz.
Se sou vereador e o Partido me proíbe de propor um
projeto de lei pró-vida, não tenho motivo para reclamar. O Partido deve
ter suas razões. Se sou senador e cabe a mim a tarefa de emitir um
relatório sobre um projeto de aborto, eu, por fidelidade ao PT, não
posso manifestar-me contra a proposta. Devo agradecer ao Partido por
ele, benignamente, permitir que eu passe o encargo de relator a um
colega abortista. Se sou deputado federal e o Partido manda que eu me
ausente de uma sessão deliberativa, onde meu voto, contrário ao aborto,
atrapalhará a aprovação de um projeto, a resignação será minha melhor
atitude.
Tudo
isso e
muito mais vale a pena. Pois todos os outros partidos são comprometidos
com as oligarquias, com o neoliberalismo, com a classe dos opressores, e
não dão importância aos pobres, aos excluídos, aos marginalizados, aos
explorados, aos sem voz e sem vez. Pertencer ao PT é uma glória tão
grande que justifica qualquer custo.
Se sou petista, pouco me importa que Lula e
Fidel
Castro tenham fundado em 1990 o Foro de São Paulo para fortalecer a
ditadura cubana, após a queda da União Soviética.
Se sou petista, não quero
saber por que durante anos nenhum parlamentar petista, desde a mais
humilde Câmara Municipal até o Senado Federal, ousou propor um projeto
de lei antiabortista. Nem me interessa questionar a punição de dois
deputados que ousaram apresentar propostas legislativas pró-vida.
Se sou petista, pouco me
importa que Dilma Rousseff defenda a legalização do aborto como “questão
de saúde pública”[9]. Muito menos que Dilma e Lula tenham assinado em
dezembro de 2009, o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, que
defende a descriminalização do aborto, o reconhecimento da prostituição
como uma profissão, a união civil de pessoas do mesmo sexo e a adoção de
crianças por duplas homossexuais[10].
Aliás, o bom petista jamais chegaria até esta
linha do artigo. Muito antes já teria parado a leitura por considerá-la
perigosa à fé que ele tem no Partido.
Agora, uma pergunta final, com vistas às
eleições
de outubro: pode um cristão votar no PT? Só há um jeito:
trocar sua
Certidão de Batismo pela Certidão de Petismo. Duas religiões
antagônicas
não podem coexistir num mesmo fiel.
Um cristão não pode
apoiar com seu voto um candidato comprometido com o aborto:
– ou pela pertença a um
partido que obriga o candidato a esse compromisso (é o caso do PT)
– ou por opção pessoal.
...
[Se você
professa a Fé Católica, continue lendo o que o Padre Lodi escreve...]
Posso
votar no PT?
(uma questão moral)
1. Existe algum partido da Igreja
Católica?
A Igreja, justamente
por ser católica, isto é, universal, não pode estar confinada a um
partido político. Ela “não se confunde de modo algum com a comunidade
política”[1] e admite que os cidadãos tenham “opiniões legítimas,
mas
discordantes entre si, sobre a organização da realidade temporal”[2].
2. Então os fiéis católicos podem-se filiar a qualquer partido?
Não.
Há partidos que abusam da pluralidade de opinião para defender atentados
contra a lei moral, como o aborto e o casamento de pessoas do mesmo
sexo. “Faz parte da missão da Igreja emitir juízo moral também sobre as
realidades que dizem respeito à ordem política, quando o exijam os
direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas”[3].
3. O Partido dos Trabalhadores (PT) defende algum atentado contra a lei moral?
Sim. No 3º Congresso do PT, ocorrido entre agosto e setembro
de 2007, foi aprovada a resolução “Por um Brasil de mulheres e homens
livres e iguais”, que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres,
da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos
os casos no serviço público”[4].
4. Todo político filiado ao PT é obrigado a acatar essa resolução?
Sim. Para ser candidato pelo PT é
obrigatória a assinatura do Compromisso do Candidato Petista, que
“indicará que o candidato está previamente de acordo com as normas e
resoluções do Partido, em relação tanto à campanha como ao exercício do
mandato” (Estatuto do PT, art. 128, §1º[5]).
5. Que ocorre se o político contrariar uma resolução do Partido como essa, que apoia o aborto?
Em tal caso, ele “será passível de punição,
que poderá ir da simples advertência até o desligamento do Partido com
renúncia obrigatória ao mandato” (Estatuto do PT, art. 128, §2º). Em 17
de setembro de 2009, dois deputados foram punidos pelo Diretório
Nacional. O motivo alegado é que eles “infringiram a ética-partidária ao
‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do PT a respeito
da descriminalização do aborto”[6].
6. O PT agiu mal ao punir esses dois deputados?
Agiu mal, mas agiu coerentemente. Sendo um
partido abortista, o PT é coerente ao não tolerar defensores da
vida em
seu meio. A mesma coerência devem ter os cristãos não votando no
PT.
7. Mas eu conheço abortistas que pertencem a outros partidos, como o PSDB, o PMDB, o DEM...
Os políticos que pertencem a esses partidos
podem ser abortistas por opção própria, mas não por obrigação
partidária. Ao contrário, todo político filiado ao PT está comprometido
com o aborto.
8. Talvez haja algum político que se tenha filiado ao PT sem prestar atenção ao compromisso pró-aborto que estava assinando...
Nesse caso, é dever do político pró-vida
desfiliar-se do PT, após ter verificado o engano cometido.
9. Houve políticos que deixaram o PT e se filiaram ao Partido Verde (PV). Os cristãos podem votar neles?
Infelizmente não. Ao deixarem o PT e se
filiarem ao PV, eles trocaram o seis pela meia dúzia. O PV é outro
partido que exige de seus filiados a adesão à causa abortista. Seu
estatuto diz: “São deveres dos filiados ao PV: obedecer ao Programa e ao
Estatuto” (art. 12, a)[7]. E o Programa do PV, ao qual todo filiado
deve obedecer, defende a “legalização da interrupção voluntária da
gravidez”[8].
10. Que falta comete um cristão que vota em um candidato de um partido abortista, como o PT?
Se o cristão vota no PT
consciente de tudo quanto foi dito acima, comete pecado grave, porque
coopera conscientemente com um pecado grave. O Catecismo da Igreja
Católica (n. 1868) ensina sobre a cooperação com o pecado de outra
pessoa: “O pecado é um ato pessoal. Além disso, temos responsabilidade
nos pecados cometidos por outros, quando neles cooperamos: participando
neles direta e voluntariamente; mandando, aconselhando, louvando ou
aprovando esses pecados; não os revelando ou não os impedindo, quando a
isso somos obrigados; protegendo os que fazem o mal.” Ora, quem vota no
PT, de fato aprova, ou seja, contribui com seu voto para que possa ser
praticado o que constitui um pecado grave.
Anápolis, 12 de julho de 2010.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz.
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
Caixa Postal 456
75024-970 Anápolis GO
http://www.providaanapolis.
"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"
...
[1] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, n. 76.
[2] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, n. 75.
[3] Catecismo da Igreja Católica, n. 2246, citando “Gaudium et Spes, n. 76.
[4] Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80. in: http://old.pt.org.br/portalpt/
[5] Estatuto do Partido dos Trabalhadores, Versão II, aprovada pelo Diretório Nacional em 5 out. 2007, in: http://www.pt.org.br/portalpt/
[6] DN suspende direitos partidários de Luiz Bassuma e Henrique Afonso. Notícias. 17 set. 2009, in: http://www.pt.org.br/portalpt/
[7] http://www.pv.org.br/download/
[8] Programa: 7 - Reprodução Humana e Cidadania Feminina, in: http://www.pv.org.br/download/
[9] Dilma Rousseff defende legalização do aborto. 28 mar. 2009, Diário do Nordeste, in: http://diariodonordeste.globo.
[10] http://www.planalto.gov.br/
Abraços,
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