27 de agosto de 2009

Cristão-cristão e cristão-pagão

Às vezes fico a pensar como tem cristão que é cristão e como tem cristão que é pagão.

Cristão-cristão sabe que o Batismo é a fonte da graça santificante, isto é, a graça que nos é dada por Deus para que sejamos santos, graça a ser vivida a vida inteira.
Cristão-pagão considera o Batismo um evento social meio chato, com um monte de menino chorando e correndo pelo meio das mesas nas quais os adultos comem e bebem.

Cristão-cristão sabe que existe um só Deus, Uno e Trino, cujo Filho deu a vida no lugar da nossa e que e Seu Sacrifício de amor é a única fonte da salvação de todos os homens.
Cristão-pagão acha que todos os deuses são o mesmo Deus dos cristãos, que, no final, tanto faz Buda, Alá, Krishna, Energia Cósmica, tudo dá na mesma.

Cristão-cristão sabe que só existe uma Igreja Católica, fundada por Jesus Cristo em Pentecostes, vinda dos Apóstolos e que nela temos a verdade e, por ela, a salvação de toda a humanidade.
Cristão-pagão crê que nem precisa de Igreja para salvar-se, que pode até ter uma fé pessoal, um deus só seu, sem fazer parte de nenhuma comunidade eclesial.

[Continue Lendo]


Cristão-cristão sabe que a Igreja é o corpo de Cristo, isso é, que ele e todos os batizados formam, juntos, o Corpo Místico de Jesus, que tem a missão de continuar Sua missão de salvação sobre a terra.
Cristão-pagão pensa que a Igreja é dispensável, que ser cristão se reduz a ir à missa aos domingos, aos casamentos e missas de sétimo dia.

Cristão-cristão sabe que não basta ir à Igreja aos domingos ou fazer parte de uma comunidade. Sabe que daí brota – e aí é alimentado - o amor que o leva a desejar amar sempre mais, dar-se sempre mais e de todas as formas a Cristo e seus irmãos.
Cristão-pagão crê que a Igreja e os sacramentos (confissão, Eucaristia, Crisma) são desnecessários, que basta amar e fazer o bem para agradar a Deus. Esquece-se que a única fonte de amor é Deus e sem Ele não se tem como amar.

Cristão-cristão sabe que a felicidade consiste em amar a Deus acima de todas as coisas e amar o irmão como Jesus o amou, isto é, dando toda a vida sem restrições, sem nada reter para si.
Cristão-pagão acha que ser feliz é não ter nenhum problema, preocupação ou perturbação.

Cristão-cristão sabe que o sofrimento contém em si um sentido misterioso e sobrenatural que lhe foi impresso pela cruz de Cristo. Por isso, mesmo sofrendo é feliz.
Cristão-pagão faz qualquer coisa para se ver livre do sofrimento: troca de igreja, vai a cartomante, a macumba, usa cristais, faz massagens esotéricas, qualquer coisa, desde que não sofra mais. Nem pensa em dar sentido ao sofrimento.

Cristão-cristão, quando passa aperto financeiro, sabe que Deus aproveitará esta oportunidade para fazê-lo viver unido à pobreza de Cristo e da Sagrada Família. Continua trabalhando, ou buscando trabalho, e confia na providência do Pai.
Cristão-pagão, quando passa aperto financeiro, diz que Deus se esqueceu dele e que não vê como ele tem sido bom, como tem ajudado aos pobres, como tem até pago o tributo da Igreja. Considera Deus ingrato e começa a jogar na loteria ou a se desesperar, preocupado com o dia de amanhã.

Cristão-cristão pensa mais nos outros que em si. Vive para fazer os outros felizes.
Cristão-pagão pensa mais em si que nos outros. Vive para que os outros o façam feliz.

Cristão-cristão encontra a liberdade ao entregar-se a Deus, confiar Nele e obedecer ao Evangelho.
Cristão-pagãoencontra a escravidão ao entregar-se ao possuir, ao poder, ao prazer e confiar em si mesmo e esperar de si a felicidade.

Cristão-cristão sabe que é chamado a ser diferente, que nem toda moda lhe convém, nem toda diversão o ajuda a crescer na graça, nem todo programa de TV ou leitura o levam para mais perto de Deus e, assim, em coerência com sua fé, simplesmente os evita.
Cristão-pagão considera tudo isso besteira, pieguice, caretice e acha que pode fazer de tudo, que o negócio é curtir, que programas e leituras não influenciam os valores de ninguém e, assim, acabam por afastar-se cada vez mais de Deus e do Evangelho.

Cristão-cristão cultiva a castidade e sabe que amar é doar-se.
Cristão-pagão não conhece o valor da pureza e acha que amar é transar.

Cristão-cristão, enfim, pensa como Cristo e vê o valor, a beleza e a riqueza do caminho estreito que leva à felicidade do amor.
Cristão-pagão, enfim, pensa como o mundo e se deixa atrair pelo caminho largo que leva à infelicidade do egoísmo.

Um é cristão e, coerentemente, pensa e age como o Cristo que ama. Outro, é cristão e, incoerente, pensa e age como os outros, como o mundo. Qual dos dois, em sua opinião, é feliz em toda circunstância e para sempre?

por Revista Shalom Maná

Nenhum comentário:

Postar um comentário