10 de fevereiro de 2010

Maternidade Espiritual para Sacerdotes - Parte 5

Lu Monferrato

Vamos, agora, ao pequeno vilarejo de Lu na Itália do norte, uma localidade com poucos milhares de habitantes, situado numa região rural a 90 km a oeste de Turim. Este pequeno vilarejo teria ficado desconhecido se em 1881 algumas mães de família não tivessem tomado uma decisão que iria ter “grandes repercussões”.
Muitas dessas mães tinham no coração o desejo de ver um de seus filhos tornar-se sacerdote ou uma de suas filha entregar-se totalmente ao serviço do Senhor. Começaram então a reunir-se todas as terças-feiras para
a adoração do Santíssimo Sacramento, sob a guia de seu pároco, Monsenhor Alessandro Canora, e a rezar para as vocações. Todos os primeiros domingos do mês recebiam a Comunhão com essa intenção. Após a Missa todas as mães rezavam juntas para pedir vocações sacerdotais. Graças à oração cheia de confiança destas mães e a abertura de coração destes pais, as famílias viviam num clima de paz, de serenidade e de alegre devoção que permitiu aos filhos discernir com maior facilidade suas chamadas.
Esta fotografia é única na história da Igreja Católica. De 1 a 4 de setembro de 1946 boa parte dos 323 sacerdotes, religiosos e religiosas provenientes de Lu se encontraram em seu vilarejo. Este encontro teve repercussão no mundo inteiro.

[Continue Lendo]


Quando o Senhor disse: “Muitos são os chamados, mas poucos os eleitos” (Mt 22,14), devemos entendê-lo desta maneira: muitos serão chamados, mas poucos responderão. Ninguém podia pensar que o Senhor teria atendido tão amplamente o pedido desta mães. Deste vilarejo emergiram 323 vocações à vida consagrada (trezentas e vinte três !): 152 sacerdotes (e religiosos) e 171 religiosas pertencentes a 41 diferentes congregações. Em algumas famílias houve até três ou quatro vocações. O exemplo mais conhecido é o da família Rinaldi. O Senhor chamou sete filhos desta família. Duas filhas entraram para as irmãs Salesianas e, enviadas a Santo Domingo, tornaram-se pioneiras e missionárias corajosas. Entre os homens, cinco tornaram-se sacerdotes Salesianos. O mais conhecido dos cinco irmãos, Filippo Rinaldi, foi o terceiro sucessor de Dom Bosco, beatificado por João Paulo II aos 29 de abril de 1990. De fato, muitos jovens entraram para os salesianos. Não foi por acaso, visto que Dom Bosco durante sua vida visitou quatro vezes Lu. O santo participou da primeira Missa de Filippo Rinaldi, seu filho espiritual, na sua cidade de origem. Filippo gostava muito de lembrar a fé das famílias de Lu: “Uma fé que fazia dizer aos nossos pais: O Senhor nos doou filhos e se Ele os chama nós certamente não podemos dizer não!”. Luigi Borghina e Pietro Rota viveram a espiritualidade de Dom Bosco de maneira tão fiel que foram chamados um “o Dom Bosco do Brasil” e o outro “o Dom Bosco da Valtellina”. Monsenhor Evasio Colli, arcebispo de Parma, também vinha de Lu (Alessandria). Dele disse João XXIII: “Ele é que devia ser papa, não eu. Tinha tudo para ser um grande papa”.

A cada 10 anos, todos os as religiosas e os sacerdotes ainda vivos se reuniam em Lu, vindos de todas as partes do mundo. Dom Mario Meda, durante muitos anos pároco da cidade, contou como esse encontro na realidade era uma grande festa, uma festa de agradecimento a Deus por ter feito grandes coisas em Lu.

A oração que as mães de família rezavam em Lu era breve, simples e profunda:

“Senhor, fazei que um de meus filhos se torne sacerdote!
Eu mesma quero viver como boa cristã e quero conduzir meus filhos ao bem para obter a graça de poder oferecer a Vós, Senhor, um sacerdote santo. Amém”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário